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Projeto Março 1, 2024

Como monocultura e da água afeta a alimentação e a saúde das populações indígenas na Ilha do Bananal (TO)

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Secas, inundações, erosão do solo e assoreamento de rios tornaram-se uma realidade para os grupos indígenas na ilha fluvial do Bananal, na região de transição entre o cerrado e a floresta amazônica. A ilha é o lar de diversas populações indígenas, incluindo os Krahô-Kanela e populações indígenas em isolamento voluntário. Os impactos que vivenciam hoje são resultado de décadas de projetos estatais para desmatar a área e implementar monoculturas de soja, arroz e melancia. Se de um lado, ali são produzidos alimentos baratos a serem exportados para China, Europa e América do Norte, ou mesmo para grandes centros urbanos brasileiros, por outro, as comunidades indígenas passam agora pela fome e sofrem de insegurança alimentar.

Esta reportagem investiga as formas como a produção de monocultivos e infraestruturas hídricas para projetos de irrigação impactam a saúde das comunidades indígenas. Um processo que teve início em 1979, ainda sob o Regime Militar, com a implementação das obras que constituem o do Projeto Rio Formoso, utilizando o método de irrigação por gravidade (inundação e subirrigação), em uma área de aproximadamente 27 mil hectares. Na época das chuvas planta-se arroz; na estação seca, soja e melancia. Devido à alta porosidade dos solos da bacia do Rio Formoso em comparação com outras áreas úmidas do mundo, é necessário manter um elevado fluxo de água nos canais irrigados, causando secas antes inconcebíveis para as populações indígenas da ilha.