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A cada ano as mudanças climáticas impactam o modo de vida das populações da Amazônia. Sejam pelas enchentes extremas ou pelas secas também extremas, as comunidades urbanas e rurais da região sentem os efeitos destas alterações - que passaram a acontecer com mais severidade e frequência. E o Acre é um dos estados brasileiros mais afetados pelos eventos climáticos extremos. Dentro deste cenário, as comunidades rurais e ribeirinhas parecem sentir com mais intensidade as alterações nos ciclos de chuvas e de estiagem.

As mudanças climáticas alteraram o modo de vida e de produção da agricultura familiar. Se antes os roçados eram preparados em outubro para esperar as primeiras chuvas do “inverno amazônico”, hoje o ambiente é diferente. Em 2023, por exemplo, os plantios das sementes só começaram em dezembro, quando de fato começou a chover com mais frequência.

O atraso compromete o período da colheita, colocando em risco o acesso destas famílias aos alimentos consumidos por ela, além da renda, já que toda a produção é vendida para o mercado de Rio Branco. As elevadas temperaturas também prejudicam o trabalho no campo, pois o calor extremo torna inviável ao agricultor e à agricultora ficarem horas expostos ao Sol. A sobrevivência da criação de animais é ameaçada pela falta de água. Já durante as cheias, toda a produção da agricultura familiar é perdida.