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Projeto Outubro 6, 2021

Globalização da ayahuasca e impactos na floresta amazônica

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Na série de reportagens “Globalização da ayahuasca e impactos na floresta amazônica”, o jornalista e escritor brasileiro Carlos Minuano vai investigar como o avanço dos estudos sobre o potencial terapêutico da ayahuasca está impulsionando uma nova onda de turismo psicodélico no Peru e no Brasil. Impactos afetam povos indígenas e até as plantas que compõem a bebida.

Experimentos recentes atestam o potencial antidepressivo e ansiolítico da ayahuasca, beberagem psicoativa usada há milhares de anos por povos indígenas na Amazônia e há décadas por cultos religiosos brasileiros, como Santo Daime, União do Vegetal, hoje presentes no mundo todo.

Apesar de boa notícia para a imensa população que sofre com transtornos mentais, a possível medicalização da ayahuasca e a expansão de sua utilização em contextos terapêuticos e religiosos traz graves impactos às regiões amazônicas.

Em cidades da selva amazônica brasileira e peruana, cresce o número de turistas do mundo todo em busca de cura e transcendência. Para atender a demanda, muitas aldeias se tornaram um híbrido de fábrica de ayahuasca e centro para turistas.

E a globalização do consumo da ayahuasca também já ameaça a sustentabilidade das plantas utilizadas na beberagem. A ayahuasca é preparada com folhas de um arbusto chamado chacrona (Psychotria viridis) e um cipó conhecido como jagube ou mariri (Banisteriopsis caapi), duas plantas amazônicas. Segundo cientistas, a exploração, agravada pelo desmatamento, se aproxima de um ponto sem volta.